No dia seguinte...
Teresa acordou bem disposta, lembrando-se dos planos que
tinha para essa tarde, mas assim que se aproximou da porta da cozinha o seu bom
humor desvaneceu-se. O pai dela estava outra vez aos gritos com a mãe...
- sua [bip]! Eu vi-te! Desta vez eu vi-te! Cabra! – eram os
gritos do pai dela. Quando ela abriu uma nesga da porta da cozinha, podia ver o
seu pai, um homem alto, forte, com uma grande barriga, cabelo preto e os olhos
acizentados, e, naquele momento, cheios de ira. O pai de Teresa estava a
apertar o braço, com uma mão grande e grossa, a uma mulher franzinha, de cabelo
castanho despenteado, e olhos castanhos e molhados de estar a chorar.
- não... pára! Eu não fiz nada... juro-te! O homem com quem
me viste falar é só meu amigo! Além disso, ele é homossexual! – gritava a sua
mãe, aos soluços.
-Párem!! Já chega!, estou farta de acordar ao som dos vossos
gritos todos os dias! Vou-me embora! – girtou Teresa, e subiu de novo para o
seu quarto, fazendo uma mala a correr, enfiando lá para dentro as primeiras
peças que via. A mãe subiu a correr atrás da filha, entrou no quarto dela e
fechou a porta.
-filha... desculpa.... – disse a mãe, ainda com lágrimas nos
olhos
- a culpa não é tua mãe, o pai é que é um sacana possessivo!
Ele está sempre a enbirrar contigo! Eu nem precebo como é que tu ainda estás
com ele!
- filha, não fales assim do teu pai, ele pode ter um
bocadinho de mau feitio, mas é o teu pai e o homem que eu amo.
- um bocadinho de mau feitio?! Esse é o novo eufemismo do
ano! Fogo mãe, até as tuas amigas te avizaram, e tu em vez de as ouvires,
afastaste-as!
- ora filha, elas estavam era com ciúmes de eu ter
encontrado o homem certo e elas continuarem solteiras! Vá, agora esquece isso e
anda tomar o pequeno almoço, senão ainda chegas atrasada á escola.
- não, mãe, eu estou sem fome. Vou já para a escola, e não
esperes por mim para jantar, nem hoje nem nos próximos dias... – disse Teresa,
agarrando na sua mala de viagem, na mochila e na malinha que andava sempre com
ela, e saiu de casa, deixando a mãe sem resposta.
Em vez de ir para a escola, Teresa foi para casa da sua
melhor amiga, Sofia, que era irmã gémea de Pedro. ‘’Espero que ela ainda esteja
em casa...’’, pensava ela, com as lágrimas ainda a correrem-lhe pela cara.
Continua.... Espero que gostem, não se esqueçam de comentar! Bjs, Mia*
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